Problemas de Depressão são muito comuns hoje em dia, e alguns deles podem ser tratados sem a necessidade de medicação. Obviamente que cada caso é um caso – não estamos falando de quadros graves, ligados a distúrbios genéticos ou bioquímicos em que a medicação é necessária. Ressaltamos que apenas um diagnóstico prévio realizado por um Terapeuta e o acompanhamento podem dizer qual é o seu.
Mudanças Repentinas
Um dos motivo para a depressão surgir é o aparecimento de alguma mudança repentina em que o indivíduo não é capaz de se adaptar. Geralmente ocorre logo após a ocorrência de algum evento externo grande, tais como a perda de um emprego, aposentar-se após longos anos de trabalho ativo, o nascimento de um filho, uma separação, a morte de uma pessoa próxima, um acidente que limita as atividades de uma pessoa ativa.
São exemplos possíveis, e é importante notar, que mesmo que as mudanças tenham sido desejadas na vida do indivíduo, tal como um filho ou aposentar-se, elas pedem mudanças nas atitudes ou o aprendizado de novas formas de se relacionar, em que o indivíduo não é capaz de realizar sozinho. Neste caso, ele responde ao “choque” colapsando – esse resultado é inclusive físico e muscular.
Essa é uma resposta natural de alguém que não “dá conta” de sustentar uma mudança, sentindo-se oprimido, pressionado ou muito exigido. Ter suporte terapêutico para ajudá-lo nessa adaptação, portanto, é essencial para que o indivíduo seja capaz de se estruturar, e organizar um corpo e uma ação para reagir, e conseguir lidar com estas mudanças.
Depressão: Padrão de Colapso ao Longo da Vida
Outro motivo, pode ter sido a construção de um padrão durante a infância de angústia, rejeição ou falta de autoestima, pela repetição de histórias que levaram à consolidação destes sentimentos durante a infância ou adolescência. O indivíduo construiu sua personalidade através desse padrão e não consegue se enxergar de outra maneira no mundo. Ter ações fora desta personalidade lhe trazem uma estranheza grande, na qual ele não é capaz de se sustentar.
Novamente, neste caso, o vínculo terapêutico é essencial para ajudar o indivíduo a amadurecer camadas e membranas internas que não se desenvolveram por falta de suporte, afeto, vínculo – podemos até mesmo dizer de falta de nutrição emocional. O vínculo possibilita que o indivíduo organize novas experiências e possibilidades de repertório, onde o suporte emocional, dado pela relação terapêutica, ajudam-no a sustentar a estranheza do novo.
Aos poucos, ele irá amadurecer, se enxergar com novas “ferramentas” e ser capaz de dar novos passos sozinho. O amadurecimento dessas membranas possibilitarão que o indivíduo possa criar um repertório mais vital e fortalecido, se reconhecer nessa nova forma e ser capaz de sustentá-la.